terça-feira, 27 de dezembro de 2011

REFLEXÃO ACERCA DA MORTE COMO INÍCIO DE VIDA NOVA...SEGUNDO HEIDEGGER.

A morte e o ato de pensar
A reprodução da pintura da Dança dos mortos que ficava num dos muros do Cimetière des Innocents (1424) em Paris, mostrando cada pessoa dançando com sua própria morte, simboliza a convivência permanente do homem com a morte. Essa convivência só é possível porque, além de ter em comum com os animais o vivenciar da morte enquanto acontecimento, o homem experimenta sua companhia no plano do pensamento. Essa última forma de vivenciar a morte é a que mais nos interessa pois o acontecimento da morte é comum a todos os seres, mas o pensamento da morte é exclusivo do homem. É pelo pensamento que o homem pode vivenciar a presença da morte sem acontecer de morrer de fato e essa é mais uma das razões pela qual permitimo-nos falar da morte.

Martin Heidegger (1888-1976). A morte é um principium individuationes
Heidegger dá ênfase ao sentimento de angústia do homem diante da morte. A angústia da morte é algo que altera tão radicalmente o homem que o transforma em existenz, o único ser autêntico, o único ser individual, o único ser realmente mortal. Todos os seres vivos morrem, é verdade, mas vivem e morrem enquanto espécie, não podem ter consciência da mortalidade individual. O existenz, entretanto, já não existe como espécie e sim como indivíduo. A angústia diante da própria morte libera, individualiza e destaca o existenz do homem-massa, eleva o homem-espécie à condição de um existente autêntico.

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