terça-feira, 27 de dezembro de 2011

REFLEXÃO ACERCA DA MORTE COMO INÍCIO DE VIDA NOVA...SEGUNDO HEIDEGGER.

A morte e o ato de pensar
A reprodução da pintura da Dança dos mortos que ficava num dos muros do Cimetière des Innocents (1424) em Paris, mostrando cada pessoa dançando com sua própria morte, simboliza a convivência permanente do homem com a morte. Essa convivência só é possível porque, além de ter em comum com os animais o vivenciar da morte enquanto acontecimento, o homem experimenta sua companhia no plano do pensamento. Essa última forma de vivenciar a morte é a que mais nos interessa pois o acontecimento da morte é comum a todos os seres, mas o pensamento da morte é exclusivo do homem. É pelo pensamento que o homem pode vivenciar a presença da morte sem acontecer de morrer de fato e essa é mais uma das razões pela qual permitimo-nos falar da morte.

Martin Heidegger (1888-1976). A morte é um principium individuationes
Heidegger dá ênfase ao sentimento de angústia do homem diante da morte. A angústia da morte é algo que altera tão radicalmente o homem que o transforma em existenz, o único ser autêntico, o único ser individual, o único ser realmente mortal. Todos os seres vivos morrem, é verdade, mas vivem e morrem enquanto espécie, não podem ter consciência da mortalidade individual. O existenz, entretanto, já não existe como espécie e sim como indivíduo. A angústia diante da própria morte libera, individualiza e destaca o existenz do homem-massa, eleva o homem-espécie à condição de um existente autêntico.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

FALANDO DE NATAL...

Alguns amigos me pediram para explicar um pouco sobre este período que é o Natal, pois havia muitos que preparavam os festejos, mas nem sabiam direito o que estavam fazendo. Ainda mais que o  período do Natal é um momento de pura magia, reflexão e entrega absoluta ao menino que nascerá.

Por isso, vamos fazer aqui uma caminhada para aprendermos a chegar  àquele que virá nos trazer a verdadeira felicidade.

ADVENTO

 Do latim Adventus: "chegada", do verbo Advenire: "chegar a" é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria, de expectativa, onde os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus Cristo, vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a Paz. No calendário religioso este tempo corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal.

Nesse perído prepara-se a decoração de natal em nossa casa: árvore, guirlanda, presépio, etc... Começando pelo presépio que no dia 08 de dezembro coloca-se Maria, José, os pastores e animais... preparação da manjedoura ou estábulo.

VESPÉRA DE NATAL E DIA DE NATAL

Só na vespéra que coloca o menino Jesus (na madrugada de 24 para 25 de dezembro) e festeja com uma celebração própria e confraterniza em família a ceia em honra ao nascimento de Jesus. Em lucas 1, 26-33 diz:

"Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
  a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
  E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo.
  Ela, porém, ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria essa.
  Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus.
  Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
  Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai;
e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim."

DIA DOS REIS MAGOS

No dia 06 de janeiro é dia dos Reis Magos.
Temos aqui os três reis magos, eles ganharam nomes e locais de origem: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz” (melichior), “o branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea).Os presentes dos magos em Mt 2,11 - ouro, incenso e mirra - representam as riquezas orientais.

Depois no dia 08 de janeiro desfaz o presépio e todos os ornamentos e  guarda com carinho para o próximo ano. 
Viva este momento que é a cada no único em nossa vida! Jesus Cristo quer estar sempre nascendo em nossos corações e quer que sigamos seus exemplos e ensinamentos. Vamos lá e Feliz Natal!!!!

Momentos de reflexão: Para que estudar Filosofia? (Hermes José Novakoski)


 
No primeiro dia de aula fui indagado por uma aluna: “Professor, até hoje ninguém conseguiu me explicar o que é Filosofia?” Não era surpresa. Respondi que a resposta que ela estava buscando estava dentro dela mesma e em nenhum outro lugar. “Mas como assim?” Voltou a indagar.
Observando outras aulas, como de física por exemplo, a professora falava da importância em estudar aquele determinado conteúdo que certamente seria conteúdo de prova de vestibular. Percebi certo interesse e atenção dos alunos, que estavam sendo provocados pelo desejo de passar no vestibular.
Em meio a tudo isso, surgiu o questionamento que certamente está presente constantemente nos alunos de Ensino Médio: “Para que estudar Filosofia se não cai no vestibular?” Eles tem razão. Filosofia não cai no vestibular assim como a matemática, o português, a história, a geografia e outras disciplinas.
Vamos avançando na reflexão. Será que Filosofia não aparece no vestibular? Por que então estudar essa disciplina?
Na interpretação da questão de física, na produção da redação, na interpretação do texto de português, na equação matemática, sempre há um toque de Filosofia.
Aquele que não consegue seguir o raciocínio lógico da matemática, por exemplo, não teve uma boa aula de Filosofia.
Filosofia não se estuda com descobertas cientificas, frases, respostas prontas. A Filosofia não se limita às verdades ligadas as condições humanas, ou a ciência, que por sua vez possuem limitações.
A sua preocupação está voltada há uma verdade maior, uma verdade que transcende os limites da razão humana, à qual somos instigados a buscar constantemente. Essa busca e essa verdade não são finitas, por isso enquanto o homem existir, e isso penso ser maravilhoso, ele vai estar sempre em busca dessa verdade maior.
A nossa vida não se limita ao 2+2=4, pois a verdade, o bem, o belo, não podem ser entendidos e interpretados como simples equações matemáticas.
Eles exigem uma reflexão maior, convidando-nos a olharmos para nós mesmos, para o nosso intimo, onde se encontra a razão de nosso existir.
Quanto mais nos voltarmos para nós mesmos e nos remetermos ao transcendente, tanto mais teremos que caminhar. Essa caminhada é infinita vai abrindo os horizontes a medida que caminhamos.
É preciso estudar Filosofia para entendermos melhor a vida. Entender e compreender seu real e imenso valor que possui em si.
Sem Filosofia nossa vida, seria limitada a simples cálculos, o que nos tornaria calculistas, frios e sem vida.
A Filosofia abre os horizontes e nos guia para uma verdade que transcende todas as verdades da ciência. A verdade de nossa existência, a força que nos move para uma busca infinita.
Parece ser difícil compreender Filosofia com tantos dizeres filosóficos e pensamentos. Porém a sua compreensão exigência essa busca.
Só entenderemos o sentido da Filosofia quando entendermos que não podemos somar ou subtrair, multiplicar nem dividir nossa verdade, o bem, o belo, o amor, a existência. Os sentimentos podem ser expressados nas mais diversas formas, mas nunca numa equação matemática, nem numa composição química ou física.
Nossas relações se tornam frias e calculistas porque na sociedade vive-se dessa maneira. Muitos dizem que pensar é coisa de quem não tem o que fazer. Porém, a reflexão ajuda a compreender as coisas da forma como nenhuma ciência ajuda a compreender.
Hoje, questões ligadas a vida, a ética, a moral, aos direitos humanos exigem muita reflexão, a qual a Filosofia ajuda, e sem a qual caímos no dogmatismo ou não compreendemos a vida na sua essência.
Aos poucos vamos percebendo melhor quanto a Filosofia faz parte da nossa vida. Muitos usam a Filosofia sem nunca terem estudado algo especificamente ligado à ela. É difícil encontrar um termo para definir Filosofia, porém, não podemos compreendê-la separada da nossa realidade, do nosso cotidiano, da nossa vida, pois ela é intrínseca a nós. Não somos nós que escolhemos a Filosofia, mas é ela quem nos escolhe.
A Filosofia nos faz refletir sobre o que é melhor para nós e para o meio em que vivemos. Diante de determinadas situações, a reflexão filosófica nos ajuda para fazermos a melhor escolha, a opção mais eficaz.
Talvez, por sermos calculistas, frios, não gostamos de Filosofia, justamente porque ela mexe com nosso interior e isso pode doer, pois nos faz refletir sobre decisões tomadas e que muitas vezes, foram feitas sem muita reflexão.
Deve haver um equilíbrio entre razão e emoção. Quando usamos só a razão nos tornamos insensíveis diante de muitas realidades, mas, só o uso da emoção também não favorece nas escolhas.
Temos preguiça de pensar. Não usamos nossa capacidade de raciocínio e por isso, em tantos casos, nos damos mal. A escola se preocupa muito com o decorar as coisas. Saber regras de cor, mas na vida é preciso refletir diante de fatos, pois não podemos aplicar à tudo as mesmas respostas. A vida não é padronizada e quem a faz assim sofre muito. Há opções a serem feitas; leis a serem cumpridas. Sem a reflexão seremos meros executores, sem sabermos o porque de todas essas coisas.
Em muitos casos somos colocados no mesmo patamar das máquinas, que funcionam com determinados comandos. A vida não é assim. Para quem não reflete, viver assim, pode parecer a melhor forma. Muitas pessoas não encontram o sentido da vida, porque não conseguem ver além da beleza externa. Se colocarmos o sentido da vida nas aparências, não demora muito e caímos na decepção, no desespero, na agonia de uma vida mal vivida, porque as aparências podem nos enganar. Se a nossa verdade, o sentido da nossa vida está embasado numa verdade interior e maior que a das aparências, seremos mais felizes e encontraremos a razão do nosso existir.
Existem inúmeros exemplos a esse respeito. Numa relação de Amizade, por exemplo. Se não há um conhecimento maior de ambas as partes, esse sentimento morre logo. Quando nos conhecemos melhor interiormente e conhecemos também o outro, as dificuldades e dúvidas que aparecerão serão superadas e entendidas com maior facilidade, pois sabemos que em cada pessoa há um bem maior e que pode, deve e precisa ser conhecido. Uma amizade que fica só nas aparências é como uma casa construída sobre a areia. Na primeira tempestade, na primeira ventania desmorono. Cai por terra. Uma amizade alicerçada na verdade, no conhecimento interior do outro e de si, as tempestades vindouras não terão forças suficientes para destruir. O que permanece é aquilo que está alicerçado na razão e no coração ao mesmo tempo. O restante é passageiro e ilusório.
As grandes amizades são aquelas que foram estruturadas pela verdade e conhecimento um do outro sem medos e reservas. Elas resistem e permanecem porque seu alicerce é mais firme e melhor construído. A Filosofia permite um maior conhecimento da pessoa do outro e da minha. Sabendo e conhecendo minhas limitações saberei compreender as limitações do outro. Saberei que todos somos caminhantes e estamos na busca da verdade transcendental e que nunca tem um fim. Ninguém pode dizer: Chega! Basta! Sei tudo o que preciso! Pessoas ignorantes talvez pensam assim. Pensar assim é igual a morrer. Por que continuar vivendo se sei tudo?
Enquanto vivemos somos impulsionados à busca da verdade e isso nos da forças e incentivos para continuarmos vivendo, sendo sedentos e desejosos da vida. Por que esta não se limita a nenhuma ciência, mas encontra sua razão de ser na Filosofia.
Agora pergunto se consegui responder a pergunta levantada pela jovem na sala de aula. Se você, que está lendo este artigo já fez uma experiência profunda da vida, penso que vai entender. Se você ainda não fez, sinta-se convidado a fazer essa experiência que é única e maravilhosa.
A Filosofia acontece no dia-a-dia da nossa vida, basta nos darmos conta disso. Filosofia é refletir sobre as coisas que acontecem, são ditas e ouvidas. Não se limita apenas à perguntarmos POR QUE?, mas precisamos ir mais adiante. Precisamos nos perguntar do nível de verdade daquilo que a TV apresenta. Aquilo que muitas revistas trazem em suas páginas. Não podemos nos esquecer que eles tem seu ponto de vista e seus interesses, mas estes não deveriam ocultar a verdade. A interpretação de uma notícia, seu posicionamento crítico e argumentação, é uma forma de fazer Filosofia. Aceitar tal e qual tudo o que jornais, TV e revistas nos apresentam é uma forma de ignorância. Precisamos ter cuidado. Isso não que dizer que todos e em todas as ocasiões mentem, ou faltam com a verdade. Porém, sempre, sem exceção precisamos nos perguntar pela verdade dos fatos.
Quantas vezes os repórteres são induzidos a manipularem notícias sobre determinados acontecimentos e assuntos. Sempre que possível seria importante ler ou assistir mais de um jornal e depois fazer um paralelo entre eles. Isso exige tempo e vontade. Podemos discutir com outras pessoas para ouvir seu ponto de vista que ajuda-nos a abrir nossos horizontes. Quanto mais nos fechamos em nós mesmos, em nosso mundo individual, mais ignorantes nos tornamos. A abertura, a experiência, o dialogo, a leitura, nos tornam pessoas abertas e conhecedoras da verdade. Buscar sempre a verdade dos acontecimentos, dos fatos é uma atitude filosófica.
Se pararmos e pensarmos neste momento o quanto refletimos sobre tudo o que acontece, ouvimos e vemos, nos daremos conta que nem sempre fazemos isso e não fazemos porque simplesmente não queremos, pois todos nós podemos e sabemos.
Se refletíssemos, por exemplo, o nível de verdade que mostra a novela, não sei se ligaríamos ainda a TV para nossos filhos e para nós assistirmos. Sem nenhum desprezo e sem querer desrespeitar quem gosta e assiste sempre, acredito que as novelas são uma forma de manipulação as pessoas. Mas é clero que assistir de vez em quando e com uma visão critica não faz mal. Às vezes vejo justamente para depois comentar e usar como exemplo o alto nível de baixaria de muitas novelas e de muitos programas de TV. Para isso, não podemos deixar de fazer lembrança da necessidade de uma boa educação. Nossas escolas precisam repensar o nível de qualidade daquilo que se ensina e a forma como se ensina. Pessoas esclarecidas sabem criticar e dosar as coisas, estando na busca da verdade e do bom senso.
Precisamos nos perguntar qual o nível de conhecimento que uma pessoa tem dos acontecimentos históricos quando escreve novela, filme, minissérie. Será que aquilo é a verdade? Será que é a melhor forma de ver o acontecimento?
Estes e outros inúmeros fatos fazem parte do nosso cotidiano.
Viu como não é difícil compreender e praticar Filosofia? Mente aberta à reflexão de tudo o que acontece e vemos é um jeito, não único, de fazer Filosofia.

Nietzsche com amor...

Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.


sábado, 12 de novembro de 2011

EU RECOMENDO...



Aos moldes contemporâneo, o filme "Os Três" (Brasil, 2011) traz para as telonas uma realidade: jovens, liberdade, sexo, amizade, realitys entre outros assuntos... questionamentos pertinentes para os dias de hoje.
Três jovens universitários vindos de pontos diferentes do país se conhecem durante uma festa e tornam-se inseparáveis. Alugam um apartamento juntos e de tão próximos passam a ser conhecidos como "Os 3". Passam quatro anos mergulhados nesta amizade, mas com o fim da faculdade, e tendo de seguir adiante com suas próprias pernas, eles aceitam transformar o apartamento em que moram num cenário de reality show, onde tudo está à venda e onde eles mesmo são os personagens. Com Juliana Schalch, Gabriel Godoy e Victor Mendes. Direção de Nando Olival. Estreia prevista para 4 de novembro de 2011.
Vale a pena ver e tirar suas conclusões a respeito do filme e da nossa atual sociedade. entre no site oficial do filme: http://os3ofilme.com.br/home/


sábado, 5 de novembro de 2011

Bonito para nós brasileiros...


Faltam educação, vergonha e banheiro.
Logo seremos a sexta economia mundial, mas estamos em 84º lugar em desenvolvimento humano. É inaceitável

RUTH DE AQUINO

Seremos em breve a sexta economia do mundo. Mas estamos em 84º lugar no índice internacional que mede o desenvolvimento humano de 187 países. Parece esquizofrênico, mas assim é. O ranking do IDH das Nações Unidas desmascara algo que a gente já sabe, mas muitos insistem em não enxergar.
Bolsas do governo reduzem a miséria a curto prazo, ajudam a eleger presidentes, dão a milhões de pobres acesso a geladeira, televisão, fogão e carro. Elogiável. Mas esmolas não dão dignidade a longo prazo, não mudam o futuro do Brasil. Educação e saúde sim. E até hoje não são prioridades. Por isso a renda continua tão desigual. Por isso temos 19 “hermanos” da América Latina à nossa frente.
Isso não é um problema só do PT nem só de Lula ou Dilma. O Brasil fechou os olhos historicamente à desigualdade. Elegeu um metalúrgico na esperança de virar o jogo. Sonhávamos com avanços sociais muito maiores. Nós, contribuintes, que já pagamos impostos escorchantes, ajudamos Lula a transferir um pouquinho de renda para miseráveis que ganham de acordo com o número de filhos. Isso não parece receita de vida sustentável.
Aumentamos o número de crianças e adolescentes na escola, sim. Os anos de escolaridade também. Falta muito. Mas já descobrimos que sete anos de escola no Brasil não ensinam o mesmo que na Argentina ou no Chile. Não garantem que a criança aprenda a ler e a escrever direito ou a fazer contas simples de matemática.
É falta de educação mandar Lula tratar o câncer no SUS. Qualquer pessoa não comum evita as filas, o descaso e o despreparo da saúde pública no Brasil. O debate ferveu. Na internet, antipetistas destilaram ódio. A rede de proteção a Lula foi acionada. O ex-presidente não é o único a sofrer com a falta de compostura de internautas. Todo mundo sabe – até o Chico Buarque – que a blogosfera é fértil em ofensas anônimas de todo tipo. Lula não é um coitadinho especial. A difamação virtual é um hábito covarde e aleatório. Quem fez campanha contra Lula num momento tão vulnerável demonstra baixo IDH.
Logo seremos a sexta economia mundial, mas estamos em 84º lugar em desenvolvimento humano. É inaceitável 
Também é falta de IDH um presidente afirmar que “o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde”. Foi o que Lula fez, numa de suas gafes verborrágicas, em 2006. Pode parecer provocação para os que morrem buscando um leito nas emergências de hospitais. Pode parecer insensibilidade para quem mofa deitado no chão, nos corredores de hospitais. Esperam por meses uma cirurgia. Com fraturas ou infecções. Não há maca, não há médicos, não há vaga, não há vergonha na cara de um país que despreza e mata seus velhos por negligência. Eles têm a mesma idade do ex-presidente Lula, o pai dos pobres. Lula poderia ter dito apenas que, em seu governo, a Saúde melhorou – e não estaria mentindo. Talvez tivesse sido poupado da fúria virtual.
Também é falta de IDH a quantidade de brasileiros sem banheiro: 13 milhões, ou 7% da população. Esse é outro ranking, da Organização Mundial da Saúde, e o país ocupa um insultante nono lugar. Segundo o IBGE, menos da metade dos brasileiros (45%) tem rede de esgotos e só 38% recebem algum tipo de tratamento. Penso o seguinte: de que adianta ter televisão numa casa com crianças se, embaixo da janela ou junto à porta, passa uma vala com lixo, esgoto a céu aberto e uma multidão de ratazanas?
Também é falta de IDH o Brasil não conseguir aplicar um Enem sem fraudes ou anulações. Estudantes no Ceará – o foco do vazamento de 13 questões – foram às ruas com nariz de palhaço para dizer que o Enem é um circo. Alunos de outros Estados ameaçam entrar na Justiça contra a anulação. Não seria falta de IDH insistir no ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato do PT a prefeito de São Paulo? Além de não conseguir gerenciar direito uma prova do Enem, Haddad não sabe a diferença entre Itaim Bibi, bairro de classe média alta da cidade, e o Itaim Paulista, na Zona Leste. Precisa urgente de um mapa e de aulas da Marta Suplicy.
Também é falta de IDH a exibição bizarra de cinismo do PCdoB e de Dilma na troca de ministros do Esporte. Ninguém entendeu nada. Orlando Silva, acusado de fraudes milionárias em convênios irregulares com ONGs, ganha poemas, discursos e flores? O novo ministro, Aldo Rebelo – chamado de Rabelo por Dilma –, diz que quer fazer uma “gestão parecida” com a do camarada destituído? Pelé e Ricardo Teixeira vão à posse para umas embaixadinhas? Fotos mostram Silva e Sarney lado a lado, sorrindo e aplaudindo. Olha, corrupção na política existe em todos os países. Mas esse cinismo todo é dose.
É muita falta de IDH para o meu gosto.

Leia, reflita e veja como somos em pleno século XXI. Não dá para acreditar...

O avanço da rivalidade religiosa
Seguidores da umbanda e do candomblé são vítimas de preconceito, sobretudo dos evangélicos, e a Justiça e a polícia não estão preparadas para lidar com o crime.

Juliana Dal Piva e Michel Alecrim



Uma característica atribuída ao povo brasileiro é a tolerância religiosa. O caldeirão de culturas que formou o País teria propiciado a convivência harmônica entre os diferentes credos, ao contrário de outras nações onde violentas disputas derramam sangue inocente. Na prática, porém, a realidade é outra. Seguidores das religiões afro-brasileiras sempre conviveram com a desconfiança alheia. Nos últimos tempos, há indícios de que a situação se agravou. Somente no Rio de Janeiro, são contabilizados, por ano, quase 100 casos de agressões morais ou físicas envolvendo intolerância religiosa em relação aos praticantes de umbanda e candomblé. “Em sua maioria esmagadora, os ofensores são membros das igrejas neopentecostais”, afirmou à ISTOÉ Henrique Pêssoa, delegado da 4a DP, no centro da cidade, que há três anos recebeu uma designação especial e pioneira no Brasil para cuidar de casos que envolvem crimes de viés religioso.

“Cada neopentecostal tem a missão de ganhar adeptos, é uma obrigação religiosa, daí o proselitismo. A missão é clara: divulgar e converter”, explica a antropóloga da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Sonia Giacomini, que pesquisa o tema há 20 anos. Ela diz que o intuito de arrebanhar mais e mais fiéis é bastante organizado. “Existe uma certa logística. Por exemplo, uma igreja é instalada onde havia um cinema pornô, pois ali seria uma área especial para fazer uma conversão, cheia de pessoas vulneráveis”, apontou.

O problema é que a busca por fiéis transforma-se, às vezes, em perseguição. Na Ilha do Governador, na zona norte, há denúncias na 4ª DP de representantes de religiões afrobrasileiras contando que terreiros (os locais onde são realizadas as cerimônias de umbanda e candomblé) estavam sendo destruídos e seus líderes escorraçados da Ilha por traficantes evangélicos neopentecostais. “Ali, criamos a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) porque era extremamente necessário”, diz Ivanir dos Santos, membro da comissão. Este e outros 39 casos em todo o País foram denunciados em um relatório produzido pelo grupo que reúne 12 religiões e entregue ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Martin I. Uhomoibai.

Entre as denúncias, está a da Associação da Resistência Cultural Afro-Brasileira Jacutá de Iansã, que não conseguiu abrir conta-corrente na agência Abílio Machado da Caixa Econômica Federal, em Belo Horizonte (MG). Os diretores contam que esperaram quatro meses para receber a seguinte resposta: o banco é livre para abrir conta de quem quiser, e não queria a associação como correntista. Em São Paulo, a Associação Beneficente de Oyá e Ogun acusa a prefeitura de discriminação por ter lacrado sua sede no bairro de Santa Mariana, sob a alegação de desrespeitar o zoneamento. Segundo eles, o desrespeito se deve unicamente ao fato de eles estarem no local. Até na considerada sincrética Salvador (BA), a prefeitura foi denunciada por ter destruído parcialmente o terreiro Oyá Onipo Neto no bairro de Imbuí. No processo, diz que o terreiro era vizinho à propriedade de um funcionário da prefeitura que não gostava da proximidade com o templo. Os três casos ocorreram em 2008 e ainda estão sendo investigados.

No Rio, um dos terreiros mais antigos do País, de 1908, foi derrubado recentemente. Funcionava no município de São Gonçalo, não muito longe da capital, em uma pequenina casa, que foi posta abaixo para a construção de um galpão. A iniciativa da demolição foi do dono do imóvel, o militar Wanderley da Silva, 65 anos, que desconhecia a importância do endereço. O problema, segundo lideranças religiosas regionais, não foi o ato dele e, sim, o da prefeita de São Gonçalo, Maria Aparecida Panisset (PDT), que teria ignorado os pedidos de umbandistas para salvar o local tombando-o. A prefeitura expediu uma nota dizendo que nada poderia fazer porque a casa era particular. Mas outro caso envolvendo a prefeita Maria Aparecida, que é frequentadora da Primeira Igreja Batista Renovada, provoca dúvidas entre os religiosos.

Maria Aparecida estaria forçando a desapropriação de um local onde funciona outro histórico terreiro, o Centro Espírita Caboclo Pena de Ouro. O presidente da Casa, Cristiano Ramos, diz que a explicação oficial é a construção de um Complexo Poliesportivo no local – embora haja um centro esportivo com características semelhantes na região. O caso virou, em abril, uma disputa judicial. “Tentei negociar várias vezes, mas ninguém quis me ouvir”, diz Ramos, que alega não ter recebido informações sobre indenização até agora. Procurada por ISTOÉ, a prefeitura não deu retorno.

Muitas iniciativas para combater a perseguição ainda dependem de apoio governamental. Por exemplo, o tombamento de templos – que são pedidos e não são atendidos pelas prefeituras –, a morosidade na apuração de denúncias de perseguição e a falta de providências contra policiais que se recusam a investigar casos de intolerância. Para o delegado Henrique Pêssoa, saber a abrangência exata desse tipo de crime, que tem pena de um a três anos de reclusão e multa, é quase impossível. Os registros raramente são feitos de maneira correta e, além disso, a lei não costuma ser cumprida. A bancária Elisângela Queiroz descobriu isso na prática. Chamada de “macumbeira safada” por um colega de trabalho, ela procurou uma delegacia, mas recusaram o registro da ocorrência. “Chegaram a me dizer que era apenas uma briguinha”, contou ela.

Pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas aponta que 0,35% da população declarou ser praticante de religiões afro-brasileiras. O teólogo Jayro de Jesus acredita que é muito mais e até estima um crescimento de quase 70% no número de terreiros nos últimos 30 anos. “Acho que as pessoas estão sendo segregadas e, por isso, não tiveram a altivez de se autodeclarar nos censos”, afirma. Ele faz parte do grupo que está discutindo o mapeamento dos terreiros existentes no Brasil, com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A expectativa é de que os trabalhos comecem no início do próximo ano e durem até 2013. Em um levantamento feito em 2011, foram localizados até agora, somente na região metropolitana do Rio, 847 terreiros. Com os dados obtidos, o próximo passo será a implementação de um Plano Nacional de Proteção Religiosa. Para impedir a propagação de conflitos movidos pela religião, é preciso agir rápido.








quarta-feira, 26 de outubro de 2011

EU RECOMENDO ESTE FILME...


O filme, com o título Vênus Negra narra a história da africana que sai de seu país para se tornar uma artista, mas acaba sendo exibida em jaulas, na Londres no século XIX.

O filme é estrelado por Yahima Torres, que estava no Brasil para divulgar o lançamento do filme e participou do Festival Varilux de Cinema Francês, este foi seu primeiro papel como atriz.

Vênus Negra aborda o tema do preconceito com quem é diferente dos padrões da sociedade, de forma bastante chocante, ainda a história da africana chamada Saartjie é baseada em fatos reais.

O filme vem recendo ótimas críticas, tanto pela coragem em retratar a história, pelo ótimo roteiro e também pela incrível atuação de Yahima Torres.
Ao assistir Vênus Negra você conhecerá a história de Saartjie Baartman, uma mulher africana que saí de seu país com esperança de se tornar artista, como havia sido prometido por seu patrão. Assim, ela parte para Europa no século XIX e acaba sendo exibida como fera em forma feminina nos shows de horror para a alta sociedade de Londres. Era apresentada numa jaula com correntes no pescoço, como um animal selvagem mesmo. Vênus Hotentote, como era chamada por fazer parte desse grupo étnico, quando saia da jaula dançava, e era tocada pelos mais curiosos. Livre e escravizada ao mesmo tempo, a “Vênus de Hottentot” se torna um ícone dos miseráveis, destinada a ser sacrificada na busca de um fio de esperança na prosperidade.

Vênus Negra conta com direção de Abdellatif Kechiche, que também trabalhou o roteiro ao lado de Ghalia Lacroix. A atriz Yahima Torres, em seu filme de estreia, foi indicada na categoria de Melhor Revelação Feminina na 36ª edição do prêmio César.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Livros e documentários que eu recomendo...






Para quem curte a onda ecologicamente correta aqui vão alguns itens indispensáveis para apreciação do tema: Ecologia, Religião, Ética e etc...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

BEM AVENTURADAS AS CRIANÇAS PURAS E INOCENTES DE CORAÇÃO...

Hoje 12 de outubro de 2011, dia das crianças. Quem inventou esse dia? Não sei, mas creio eu que o comércio adora! Vivemos 365 ou 366 dias durante um ano e passam-se séculos e nada se modifica em relação às nossas crianças. Na teoria temos leis, estatutos e muitas outras "babozeiras' que na prática não são levadas a sério. Há uma música de Toquinho chamada "Deveres e Direitos" que diz o seguinte:

Crianças: iguais são seus deveres e direitos.
Crianças: viver sem preconceito é bem melhor.
Crianças: a infância não demora, logo, logo vai passar,
Vamos todos juntos brincar.
Meninos e meninas,
Não olhem religião nem raça.
Chamem quem não tem mamãe,
Que o papai tá lá no céu,
E os que dormem lá na praça.
Meninos e meninas,
Não olhem religião nem cor.
Chamem os filhos do bombeiro,
Os dois gêmeos do padeiro
E a filhinha do doutor.
Meninos e meninas,
O futuro ninguém adivinha.
Chamem quem não tem ninguém,
Pois criança é também
O menino trombadinha.
Meninos e meninas,
Não olhem cor nem religião.
Bons amigos valem ouro,
A amizade é um tesouro
Guardado no coração.

Nós "adultos" já fomos ou somos crianças ainda e esquecemos que as verdadeiras crianças estão aí esquecidas pela sociedade por causa de nossa bestialidade e completa ignorância. Queremos poder, prazer e ter... mas não queremos pensar naquelas que veem os nossos exemplos e os copiam. Complicado isso! Eu sou referência para muitas crianças (já pararam para pensar nisso?).  Deveríamos tirar nossa "bunda" da cadeira e agir mais; tiramos até Deus de seu trono e sentamo-nos no lugar Dele. Esquecemos da nossa humanidade e não nos humanizamos. Buscamos falsas felicidades, religiões e usamos esses mecanismos para criar redomas de vidro e como dessencargo de consciência fazemos algo para que não caiamos no inferno e possamos ir para o céu (relação de troca). Eu sei que muitas pessoas irão ignorar esse texto (isso não é nenhuma novidade) mas pensemos um pouco em nossas crianças. Aonde estão?

domingo, 9 de outubro de 2011

Quanto ganha um vereador na cidade de Porto Seguro?

Em primeira votação, a Câmara Municipal de Porto Seguro aprovou, por unanimidade, na sessão da última quinta-feira a proposta de emenda à Lei Orgânica que aumenta para 17 o número de vereadores da Casa Legislativa (mais 06 para "mamar nas tetas da vaca"). Atualmente, são 11 vereadores.
A segunda e última votação está prevista para ocorrer na próxima semana. A justificativa do projeto alega que com o aumento da população, deve-se aumentar também o número de vereadores. Pode ter certeza que quem pagará o salário destes seremos nós! Acorda Porto Seguro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

EU RECOMENDO...

O site da Revista Superinteressante esta semana trás de forma dinâmica e bem legal um passeio virtual no fundo do mar (Mundo mar: descubra os segredos que o fundo do oceano esconde) e além de tudo você aprende se divertindo. Vale a pena conferir!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

EXEMPLOS A SEREM SEGUIDOS...

Tantas coisas acontecendo em nosso país (digo: desgraças) e graças a Deus ainda existem pessoas que não só se sensibilizam com as questões sociais, mas vão além, como fez esta professora ao se deparar com uma situação que não há explicação. Leia e depois tirem suas conclusões e que sirva de exemplo para nós!

Testemunha confirma que africano foi espancado até a morte:


A professora de Sociologia, Janaína Pereira Monteiro, vai receber proteção policial permanente. Ela presenciou o assassinato do africano Toni Bernardo da Silva, de 27 anos, morto após ser espancado em uma pizzaria em Cuiabá, há 11 dias. Segundo o governo do estado, policiais civis vão fazer a guarda da família da professora por tempo indeterminado. Ela negou fazer parte do programa de proteção à vítima, do governo federal, pelo fato de não querer sair de Cuiabá.

Após o crime, ela teme correr risco de morrer. "Outro dia vi uma juiza ser morta. Porque não matariam janaína?" questionou. Nesta segunda-feira (03), em coletiva à imprensa, na Assembleia Legislativa do estado, ela resolveu quebrar o silêncio e relatou com detalhes como Toni morreu.

Na noite daquela quinta-feira (22), a professora fazia compras em um supermercado próximo à casa dela. Quando chegou em casa, percebeu que perdeu o cartão de crédito e resolveu voltar à rua para procurá-lo. “Fui fazer o trajeto da minha residência para ver se o cartão havia caído por ali. Quando olhei para o estabelecimento, vi um tumulto e perguntei ao meu irmão o que estava acontecendo, ele disse que não sabia falar exatamente, mas que tinha um rapaz que estava apanhando havia algum tempo”, relatou.

Toni estava estirado no chão e imobilizado por dois homens. “[Ele estava] deitado no chão de bruço. As duas mãos para trás, uma pessoa, que era um negro, segurava ele do lado esquerdo e um homem branco também segurando o Toni do lado direito. Os dois estavam ajoelhados sobre as costas dele”, descreveu.

Um deles, segundo a professora, dizia para Toni. “Você sabe porque está apanhando? Você sabe porque está apanhando? Você está apanhando porque é bandido”, lembrou. Nesta hora, ela disse que tentou acabar com a briga. “Eu dizia para eles que o rapaz já estava imobilizado e que não havia motivo para eles continuarem batendo nele e que precisavam chamar a polícia porque eles eram profissionais que saberiam o que fazer”, lembrou a professora.

Neste momento, ela descobriu que ambos eram policiais militares e se assustou com a atitude dos agentes perante a situação. “O rapaz negro me olhou e disse 'eu sou um policial', aí respondi que eles não eram policiais, que policiais eram defensores dos direitos humanos”, apontou.

A chegada da Polícia Militar ao local foi rápida. Segundo a professora, o policial que atendeu a ocorrência checou os sinais vitais do africano e logo acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Toni já estava morto. Após o crime, Janaína prestou depoimento à polícia. Ela não se esquece do desespero dos amigos de Toni quando viram o corpo do amigo no local. “Eu ouvi uns gritos , era os compatriotas do Toni, que ficaram desesperados ao ver o corpo estirado no chão, tentando compreender o que havia ocorrido”, finalizou.

Últimos momentos de vida
O G1 teve acesso às imagens de uma das câmeras de vigilância que mostram apenas um ângulo do momento em que o africano chegou ao estabelecimento. Depois disso, ele foi espancado até a morte. Nelas, Toni chega ao estabelecimento por volta das 23h17 já abordando uma das mesas onde estavam quatro pessoas. Segundo testemunhas, ele estava pedindo dinheiro. Em seguida, o africano se dirigiu a outra mesa em que estavam o empresário – que está preso por suspeita de envolvimento na morte – e a namorada dele.

Ele sentou ao lado da mulher e mais uma vez pediu dinheiro. Às 23h18, as imagens mostram o início da confusão. Houve muita correria dentro do estabelecimento. As imagens não conseguem captar com nitidez o tumulto.

Outro lado
O advogado dos policiais militares, Ardonil Manoel Gonzales Júnior, disse que Toni tentou assaltar a mulher do empresário e ainda teria simulado estar armado. Na visão do defensor, eles cumpriram “com o dever legal” da profissão, que nesse caso significava “defender as pessoas que estavam sendo coagidas pelo africano”. O advogado disse que vai entrar com um habeas corpus para que os policiais saiam da prisão o mais rápido possível. O G1 não localizou até o fechamento desta reportagem o advogado do empresário preso.

Na última sexta-feira (30), o inquérito policial que investiga o caso foi concluído. O delegado Antônio Esperândio indiciou os policiais militares e mais o empresário por homicídio. O inquérito será encaminhado para o Ministério Público, que terá cinco dias para denunciar ou não os suspeitos. O corpo de Toni aguarda um desfecho do Ministério das Relações Exteriores para ser trasladado para a Guiné-Bissau, país de origem do africano. Em nota, o órgão informou que o impasse é jurídico, uma vez que o órgão precisa comprovar o gasto com o transporte do corpo, que deve atingir R$ 30 mil.
FONTE: http://www.diaadianews.com.br/policia/noticias/31936/testemunha-confirma-que-africano-foi-espancado-ate-a-morte

domingo, 2 de outubro de 2011

Leia, reflita e tire suas conclusões...


 Veja a opinião de dois colunistas de revistas famosas no nosso país. O primeiro da Revista Veja e a segunda da Revista Época:

Augusto Nunes

Em 31 de outubro de 2007, uma menina com 15 anos, 1m50 de altura e 38 quilos foi presa por tentativa de furto numa casa de Abaetetuba, cidade paraense a quase 100 quilômetros de Belém. Durante o interrogatório, declarou a idade à delegada de plantão Flávia Verônica Monteiro Teixeira. Por achar o detalhe irrelevante, a doutora determinou que fosse trancafiada na única cela do lugar, ocupada por homens. Já naquela noite, e pelas 25 seguintes, o bando de machos se serviu da única fêmea disponível.
Depois de 10 dias de cativeiro, a garota foi levada à sala da juíza Clarice de Andrade. Também informada de que a prisioneira tinha 15 anos, a segunda doutora da história resolveu devolvê-la à cela. A descoberta do monumento ao absurdo não reduziu a força do corporativismo criminoso: por decisão do Tribunal de Justiça do Pará, ficou estabelecido que o comportamento da juíza Clarice não merecia qualquer reparo. Meses mais tarde, a magistrada foi punida com a aposentadoria compulsória pelo Conselho Nacional de Justiça.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres, uma inutilidade inventada pelo governo Lula, não deu um pio sobre o caso.
O pesadelo ocorrido em 2007  foi reprisado há três semanas na colônia penal agrícola Heleno Fragoso, que abriga 320 condenados em Santa Isabel do Pará, a 70 quilômetros de Belém. Desta vez, de novo com a conivência de funcionários da instituição, uma brasileira de 14 anos ficou quatro dias em poder de cinco presos. “Eu e outras duas meninas que ficaram lá também”, informou a garota em 19 de setembro. “Lá dentro eles obrigaram a gente a usar droga e a beber. Eles esqueceram a porta aberta, porque lá eles deixam a porta trancada. Foi quando consegui fugir”.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres, uma inutilidade mantida por Dilma Rousseff, não deu um pio sobre o caso. Não se sabe qual é a posição que meninas violentadas em cadeias ocupam no ranking de prioridades de Iriny Lopes, ministra-chefe da secretaria.
O que o país acaba de descobrir é que a lista é encabeçada pelas peças  publicitárias da Hope Lingeries protagonizadas por Gisele Bündchen. Lançada no dia 20, a campanha mostra qual é a melhor maneira de transmitir más notícias ao marido. No vídeo abaixo, por exemplo, Gisele primeiro conta que bateu o carro usando trajes pouco sedutores. Esse é o método errado. Em seguida, ela repete a notícia semivestida com uma lingerie da Hope. É muito mais sensual. E é esse o jeito certo. “Você é brasileira, use seu charme”, ouve-se dizer uma voz masculina. Confira:
No terceiro dia da campanha, movida por “diversas manifestações de indignação contra a peça”, Iriny contra-atacou com dois ofícios. Num, comunicou ao empresário Sylvio Korytowski, diretor da Hope, seu “repúdio” ao desempenho da top model. Noutro, pediu ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, o Conar, que o comercial fosse suspenso. Como a subserviência e a pressa andam de mãos dadas, já nesta quinta-feira o Conar abriu processo contra Gisele de calcinha e sutiã. Atendeu a queixas formuladas por 15 espectadores. Isso mesmo: quinze.
Quinze mais Iriny: “A propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grande avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas”, declama a ministra. “Também reforça a discriminação contra a mulher, o que infringe a Constituição Federal”. Os avanços passam ao largo de cadeias em delegacias e presídios no campo. E o governo só consegue enxergar discriminação num comercial de alguns segundos na TV.
A exemplo dos colegas de primeiro escalão, Iriny não assina sequer um cartão de Natal sem a autorização de Dilma Rousseff. (Embora não consiga lidar com mais de um assunto por vez, o neurônio solitário faz questão de ser consultado até sobre o cardápio das recepções no Itamaraty). É claro que a ofensiva de Iriny foi combinada com quem, depois de se tornar a primeira mulher a abrir uma assembleia da ONU, virou doutora em questões femininas.
O Brasil anda infestado por tumores que crescem sob o olhar complacente do governo. Exploradores da prostituição infantil, pedófilos impunes,  pais que violentam filhos e outras obscenidades vão transformando o país num viveiro de crianças traídas. Com tantas meninas estupradas por aí, Iriny cismou com Gisele Bundchen. Eis um caso que foto explica.

 

A ameaça de censura ao comercial com ela rodou o mundo. Só que, no anúncio, o objeto é o homem...

RUTH DE AQUINO
Certo ou errado? Gisele Bündchen, de lingerie e salto alto, seduz seu homem (e os nossos também) no comercial de TV. A modelo dá más notícias para o marido. “Amor, mamãe vem morar com a gente.” “Estourei seu cartão de crédito.” “Bati com seu carro.” Gisele séria, de vestido comportado. E sensual, de calcinha e sutiã. “Você é brasileira, use seu charme”, diz a publicidade. A Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) do governo Dilma achou a mensagem “preconceituosa e discriminatória” e quer tirar Gisele do ar.
Desconfio que a Hope, marca da lingerie, tenha contratado as mulheres de Dilma para bombar a campanha. O anúncio com a modelo mais bem paga do planeta virou uma sensação. Em inglês, francês, italiano, espanhol. A ameaça de censura do governo rodou o mundo. Vídeos legendados em diversos idiomas mostram Gisele no duplo papel. A esposa recatada. E a gata provocante. Tudo para vender lingerie... para as mulheres.
Acho o anúncio divertido, leve, maroto. Não me senti ofendida. E olha que sou chefe de família, como 30% das brasileiras. Fico boba com a falta de humor e rebolado da tal secretaria do governo. A nota de repúdio ao Conar, conselho que regulamenta a publicidade, usa uma linguagem pesada como a burca. Inspire. “O anúncio reforça o estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual e ignora os grandes avanços alcançados para desconstruir práticas e pensamentos sexistas.” Expire. Conseguiu ler até o fim? Ah, falta explicar que o governo recebeu 15 – quinze! – queixas de telespectadores indignados com a publicidade. Uma multidão. Por isso, a ministra Iriny Lopes foi à luta contra a lingerie incorreta.
Que tal uma teoria inversa? O anúncio na verdade mostraria o homem como objeto de manipulação das mulheres e não o contrário. O homem é um tolo que cai de quatro para o poder da sedução feminina. Em vez de macho fulo de raiva com o cartão de crédito estourado, o carro batido e a vinda da sogra, o marido invisível se submete, dócil, ao charme de sua mulher.
Quem achou Gisele apelativa? Luana Piovani! A atriz, que vive semipelada no cinema, na televisão e no teatro, disse: “Sei lá, sou meio feminista”. “Não curto mulher de fio dental vendendo cerveja.” Depois de processar Dado Bolabella (ops, Dolabella) por ter levado uns tapas dele na boate, Luana vai ser mãe e acha que “representa as mulheres brasileiras”. Diz que só usa lingerie em festinhas para o marido e que “faz mulher-objeto, mas só na dramaturgia”. Senti uma pontinha de inveja da mulher invisível pela diva brejeira e simpática.
Fui saber a opinião do publicitário Armando Strozenberg, presidente da 3ª Câmara do Conar, do Rio de Janeiro. “Quando vi o comercial, fiz o seguinte exercício: eu colocaria um homem no lugar da Gisele? Nas mesmas duas situações? Claro que colocaria”, diz ele. “A sedução, no Brasil, é mútua. É coisa nossa. E o comercial é uma brincadeira que lida com esse universo. Não desmerece a mulher.”
A ameaça de censura ao comercial com ela rodou o mundo. Só que, no anúncio, o objeto é o homem...  
Penso nas cenas de novela com atores sem camisa, mostrando o peitoral, de sunga, de cueca, tomando banhos demorados, ou mesmo de bundinha de fora. Uma exibição deliberada de músculos, barriga tanquinho e testosterona. As mulheres gostam e suspiram. E ninguém reclama que os homens sejam objetos sexuais – eles até gostam. Não gostam?
Não somos Giseles. Estamos longe disso. Mas cada uma de nós tem algo especial para seu homem – nem que seja o sorriso aberto, o olhar sugestivo, um colo ou... E vice-versa. Há 16 anos, eu fazia mestrado em Londres, não havia internet e, em vez de gastar palavreado em cartas para o namorado artista plástico no Brasil, eu mesma fiz uma série de fotos minhas de lingerie e salto alto. Enviava a ele pelo correio uma vez por semana, toda segunda-feira. Eram cartões-postais personalizados. Um “teaser”, na linguagem publicitária. Ele se dizia ansioso a cada novidade semanal do correio.
Quando contei isso a algumas amigas, me olharam incrédulas. E como ficava a imagem de jornalista séria e “meio feminista”? Por que fez isso, Ruth ? Para brincar, seduzir, surpreender e agradar ao namorado. Estamos juntos até hoje.